Páginas

terça-feira, 4 de junho de 2019

Por uma visão sistêmica da educação infantil à pós-graduação

*Foto do site https://educacaointegral.org.br/conceito/

É absolutamente incoerente considerar a educação básica e a superior como antagônicas. O binômio educação e desenvolvimento econômico-social se estabelece a partir de uma visão sistêmica e pela efetivação de um projeto de nação alicerçado no desenvolvimento pleno das pessoas.

Se pensarmos o sistema educacional de forma separada, olhando para a educação básica em detrimento do ensino superior, surgem questões óbvias: quem cuidará da formação dos educadores? Onde se fará pesquisas para subsidiar estratégias que objetivem a qualificação de projetos pedagógicos?

À medida que o Brasil conseguiu ser eficiente no atendimento escolar, alcançando a quase universalização da matrícula das crianças com 6 anos de idade, surgiu a necessidade de termos professores bem formados em nível superior, capazes de dar as oportunidades educacionais necessárias para a conclusão do ensino médio e inserção dos jovens em cursos universitários para consolidar a espiral do desenvolvimento humano.

Como então desenvolver a educação básica sem ter universidades de excelência?

Não sei responder senão reafirmando a relação imbricada desses níveis de ensino.

É claro que podemos levantar muitos aspectos a serem melhorados na relação educação básica e o ensino superior. Mas é inegável a contribuição das instituições de ensino superior em dois aspectos: na formação dos futuros professores da educação básica e na oferta das variadas possibilidades para se dar continuidade aos estudos, permitindo aos estudantes o aperfeiçoamento profissional para atuar nas diversas áreas laborais.

Para muito além disso, a educação é capaz de promover a transformação da face econômica e social de uma nação quando o cuidado com o desenvolvimento integral do ser humano está também associado à inovação tecnológica, à pesquisas científicas de alto impacto para a vida das pessoas, para o crescimento econômico, e que consigam explicar questões caras à existência humana e as relações complexas que se estabelecem na sociedade.

Assim, o Brasil, capitaneado pelo Ministério da Educação, deve conduzir um debate nacional para o fortalecimento deste sistema. É disso que verdadeiramente precisamos.

4 comentários:

  1. Uma importante reflexão para todos os educadores e para a sociedade como um todo. O MEC como o grande responsável por promover e implantar políticas públicas a nível nacional, hoje, especialmente nesses tempos sombrios, encontra-se negligenciado, pode-se dizer que abandonado. Numa pensei que viveria em tempos onde a educação é eleita como o problema da nação e não como um meio de apanhar o progresso e a transformação das pessoas. Excelente artigo amigo Rogers.

    ResponderExcluir
  2. Infelizmente formarmos cidadãos críticos que busquem melhoria de vida - enquanto seres individuais e sociais - através da formação intelectual e profissional virou um problema e não uma solução.

    ResponderExcluir
  3. Nos fundamentos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado pelo Ministério da Educação em 2007, havia uma crítica às falsas dicotomias do setor - a exemplo desta: educação básica versus educação superior - e uma defesa de um projeto de educação da creche à pós-graduação. Lamentável termos que continuar a defender essas questões, uma década depois. Faço coro com a sua defesa no artigo.

    ResponderExcluir
  4. Importante reflexão e provocação amigo Rogers principalmente, considerando que a maioria das universidades não considera as diretrizes da educação básica como referência na elaboração dos currículos de formação dos professores.
    Valeria uma discussão com as universidades e uma articulação na elaboração dessas propostas. Importante e urgente concretizar suas reflexões em debates e compromissos com as instituições de formação dos professores.

    ResponderExcluir

Agradeço pelo comentário.