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segunda-feira, 18 de julho de 2016

As aulas das humanas e o estímulo à escrita

Sou professor de sociologia e nas minhas aulas busco sempre estimular os estudantes a escreverem. Para organizar as ideias sobre os temas estudados, não há estratégia melhor.

Umas das atividades que indico é a escrita de parágrafos sobre perguntas relacionadas ao tema da aula antes da explicação ou discussão. É a famosa sondagem sobre o que o estudante já tem de conhecimento acumulado. Essa atividade é rápida, leva em torno de cinco minutos, e traz o estudante para o tema da aula e permite o envolvimento da totalidade da classe. Quando os peço para lerem o que escreveram tenho elementos de partida para ministrar a aula em diálogo com suas ideias iniciais. A aula flui muito bem.

Saber organizar as reflexões ao escrever é uma habilidade que precisa ser estimulada cotidianamente. E as aulas de humanas podem muito bem dar essa contribuição.

Uma experiência que marcou a minha trajetória docente se deu em parceria com uma colega professora de língua portuguesa, profa. Wilma Duarte, na escola Israel Leocádio de Vasconcelos. Trabalhamos quinzenalmente temas de redação do ENEM ou de vestibulares que estavam voltados para o gênero dissertativo-argumentativo da seguinte forma:

- Eu apresentava o tema e estimulava uma discussão com os alunos, trazendo textos auxiliares para sua compreensão; 
- Noutro momento, a professora de língua portuguesa orientava sobre a organização do texto e escrita da redação;
- Os alunos então escreviam seus textos sobre o tema;
- Eu corrigia com foco na organização dos argumentos apresentados e a professora de língua portuguesa corrigia observando a organização textual;
- Com as minhas observações e da professora de língua portuguesa, os estudantes eram estimulados e fazerem a reescrita;
- Abria-se novo ciclo.

Considero essa simples experiência de resultados surpreendentes. Em dois meses de atividades percebemos o aperfeiçoamento da escrita de estudantes que não conseguiam expressar de forma coesa suas ideias neste tipo de escrita.

O que mais uma vez insisto, é que a leitura e escrita não é responsabilidade isolada dos professores de língua portuguesa. Todos os professores podem se envolver numa rotina em que a leitura e a escrita se fazem presentes.

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