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sábado, 9 de julho de 2016

Incentivo à leitura para uma melhor escrita

Para escrever bem é preciso de três coisas, já diziam os primeiros professores: ler, ler e ler.

Hoje se faz campanhas para que o estudante escreva textos de até 30 linhas no gênero argumentativo-dissertativo para obter uma nota próxima ao ideal no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Mas não é possível escrever melhor sem o acúmulo de leituras.

Claro que para criar a prática da escrita não precisa esperar a leitura de uma biblioteca inteira. Não há uma ordem nessa questão: prática da escrita e da leitura deve se desenvolver simultaneamente.

O que quero expressar nesse texto é a necessidade de se estabelecer uma campanha permanente para se estimular a leitura na escola. O professor Edgar Linhares, ex-presidente do Conselho Estadual de Educação do Ceará, falecido recentemente, falava uma coisa que me chamava a atenção: nosso pensamento ocorre a partir de palavras, portanto, quanto maior o vocabulário do sujeito, mais longe o pensamento e a criatividade podem ir. (Essa não é uma citação ipsis verbis)

E a incorporação de palavras ao vocabulário somente é possível com a leitura de gêneros variados, das obras clássicas da literatura às obras mais contemporâneas, passando por jornais e revistas de circulação diária, semanal ou mensal. Enfim, ler, creio ser um consenso absoluto, é o subsídio para o pensamento crítico argumentativo, e consequentemente de uma boa escrita.

Porém, um entendimento que precisa ser superado é a vinculação das práticas pedagógicas de leitura e escrita às aulas de língua portuguesa. É muito pouco abrangente esse movimento na escola puxado apenas por professores dessa disciplina.

Há de se pensar estratégias que envolvam todos os professores, pois está à disposição obras da literatura ou periódicos associados a todos os componentes curriculares. Além disso, a escrita de textos é possível de ser inserida no plano de trabalho de todos os professores. Requer, no entanto, uma articulação da gestão da escola para efetivar essa possibilidade.

Enfim, a escola precisa ter como plataforma essencial de seu Projeto Político Pedagógico (PPP) o desenvolvimento do hábito de leitura de seus estudantes.

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