Rogers Mendes
A escola deve ensinar muitos conteúdos considerados importantes para a sociedade. A proposta pedagógica deve estar alinhada às expectativas pessoais de cada estudante, mas deve também corresponder a demandas sociais relacionadas à convivência na diversidade e ao ingresso no mundo do trabalho.
Mas tem um saber que deve ser estruturante e inequívoco no processo educativo: construir conhecimentos pela prática da ciência e dos seus métodos de pesquisa.
Tem-se falado que estamos vivendo na sociedade do conhecimento. Contudo, o que isso quer dizer na prática?
Em síntese, o conhecimento, na perspectiva contemporânea, não é algo que se aprende somente pelo ensino ministrado pelos mais
experientes, mas se desenvolve constantemente pelo exercício da investigação, sistematização de métodos e expressão das conclusões e dos achados consequentes.
Portanto, a escola que se propõe a
educar nos valores desta sociedade, prepara crianças e jovens para fazerem descobertas e ensaiarem soluções para os problemas identificados, em vez de proporcionar a simples memorização e acumulação de informações.
A sociedade do conhecimento é caracterizada pela participação efetiva de cada cidadão na produção de saberes e reflexões ativas. Educação, considerando esta dimensão, promove o aprender a aprender com vistas a termos capacidade de continuar a descobrir, conceber e desenvolver-se de forma contínua por toda a vida.
Ao pensar nestas premissas, a Secretaria da Educação promove o Ceará Científico, ocasião em que alunos da rede pública apresentam pesquisas científicas, destacando
a construção e delimitação do problema e a descrição do processo de investigação e suas conclusões e descobertas. Neste ano, aconteceu no Shopping RioMar Fortaleza entre os dias 4 e 6 de dezembro e envolveu 414 alunos apresentando 184 trabalhos.
O que se quer com esta ação é estimular a pesquisa e a ciência como princípio pedagógico a fim de que tenhamos cidadãos ques-
tionadores e capazes de sistematizar sua compreensão a respeito do que lhe desafia.
Como disse Paulo Freire: “o educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão”.
Artigo publicado no Jornal O Povo em 30 de dezembro de 2019.
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