Estamos diante de um desafio: melhorar a qualidade da escola de ensino médio. Este desafio está claro!
Todos sabemos que nesse nível de ensino, há uma cobrança mais intensa da sociedade, pois se trata do último nível da educação básica, e muitos jovens, ao concluir, não desenvolveram o domínio das dimensões cognitivas adequadas ou pior, não conseguem nem mesmo chegar ao final, ficando pelo caminho devido a sucessivas reprovações e desestímulo, na maior parte das vezes, ainda no ensino fundamental. E essa constatação para uma nação que almeja um futuro melhor, é trágica!
O currículo do ensino médio precisa de mudança? Tenho convicção que sim. É importante melhorar o clima escolar, a partir da sistematização de um projeto pedagógico que dialogue bem com as juventudes, seus anseios e projetos de vida, possibilitando diferentes itinerários formativos.
Mas mudanças em uma cultura cristalizada de ensino não se dá por Decreto, ou melhor, por Medida Provisória. Qualquer turbulência em que não se pode prever as consequências coloca em xeque a credibilidade de quem as propõe perante a comunidade escolar. O sentimento de responsabilidade é irrevogável.
As redes de ensino que já se arriscaram a implementar algumas mudanças no currículo do ensino médio, tão somente utilizando todas as oportunidades que a LDB já dispunha, como é o caso da rede estadual do Ceará, com a implantação do Núcleo Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais (NTPPS), componentes curriculares eletivos e o tempo integral, podem testemunhar que mudanças dessa natureza requerem diálogo, formação contínua de professores e consistência pedagógica dos novos caminhos.
Não podemos pôr em risco o futuro de uma geração com aventuras em massa, não testadas amplamente e avaliadas quanto aos seus efeitos.
Estamos prestes a assistir no Brasil, com a recente Reforma do Ensino Médio proposta pelo MEC, de forma aligeirada e sem acúmulo nacional de consensos, um grande mal estar, com a sensação de mudanças sem contexto.
O Ministério conseguiu colocar no mesmo conjunto de normas que almejam mudanças no currículo, com um novo horizonte de tempo para a jornada escolar, flexibilizações bruscas nas rotinas de contratação de professores, que pode dominar a pauta das discussões dos próximos dias e esconder as reflexões possíveis sobre o desenvolvimento de um currículo que responda aos desafios do ensino médio.
Tipo de Erro que os mais apressados sempre cometem!
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