quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Lições da sala de aula: Educação Republicana tem como princípio a inclusão e a cooperação

Na educação pública, a competição não é um bom caminho. A meritocracia encontra muitos limites num contexto de intensa manifestação de desigualdade no acesso à oportunidades.

Sei que a sociedade embriagada no espírito do capitalismo, baseada no lucro e no primeiro lugar,  eleva bastaste o grau da competição nas relações sociais e institucionais. Sempre é enfatizado os que "conseguem", os melhores. Para estes, a glória!

Todos os cidadãos e as instituições que ficam depois do primeiro lugar sentem-se motivados(as) para vencer na próxima? A constante exclusão ou rebaixamento nos muitos rankings possíveis é uma boa estratégia para motivação das escolas em larga escala? Dentro da sala de aula, a não atenção aos que não manifestam interesse no momento é mesmo justificável?

Ora, "o sol nasce para todos, logo todos são capazes e têm as mesmas oportunidades!" Dizem os que respondem "sim" a estas perguntas. Há quem responda "em algumas situações" é necessário aplicar a meritocracia, pois a escola não pode ser uma ilha e precisa adequar-se as estruturas da sociedade competitiva que se consolida. E os que respondem "não" baseiam-se nos princípios de uma escola não reprodutivista, emancipadora.

A pedagogia do "ninguém para trás" deve ser a premissa nas escolas públicas. A ausência dessa premissa compromete o desenvolvimento da função social da instituição escola e reforça a lei da selva urbana: "cada um por si, Deus por todos".

Na sala de aula e nas relações de rede entre as escolas, é importante que a cooperação seja a regra. E para ter cooperação tem que ter partilha de experiências e a concretude do interesse em corresponsabilizar-se.

O filme "Escritores da liberdade", de 2007, inspirado em uma história real, caricatura o que quero expressar nesse texto. Nessa obra, as lições aprendidas são:

a) não há educação verdadeiramente inclusiva quando a vida de cada sujeito não for tema das aulas;

b) turmas "especiais" para os que não conseguiram aprender no tempo esperado reforça a exclusão;

C) os sentimentos devem fazer parte da agenda escolar, desprezá-los não é sensato.

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