A rede estadual de ensino do Ceará passará a contar a partir de 2017 com 187 escolas de Ensino Médio em tempo integral. Dessas, 116 ofertam o Ensino Médio integrado à Educação Profissional e 71 o ensino médio regular. Com esta ampliação, de cada quatro instituições de ensino do Estado, uma funcionará em tempo integral, caminhando, dessa forma, a passos firmes para o alcance da meta 6 do Plano Estadual de Educação, o qual estabelece que 50% das escolas públicas, até 2024, funcionem em regime integral.
O Ensino Médio é a última etapa da Educação Básica, e também a mais complexa. O grande desafio é o desenvolvimento de um currículo que se articule com os projetos de vida dos jovens estudantes, de modo a proporcionar uma educação repleta de sentido. Considerando esta análise, é muito importante que haja uma diversificação dos itinerários formativos. Nas Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, que no Estado do Ceará funcionam com 45 horas semanais, essa premissa pode se materializar com mais possibilidades.
No caso das Escolas Estaduais de Educação Profissional, em funcionamento desde 2008, o estudante cursa de forma integrada o Ensino Médio e uma formação técnico-profissional. Assim, o estudante conclui este nível de ensino com boas chances de ingresso no mundo trabalho. Com este modelo curricular, a rede pública estadual experimentou o 1º ciclo de escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
A partir de 2016, 26 escolas iniciaram a oferta de Ensino Médio regular em tempo integral, passando a 71 em 2017. Neste 2º ciclo, um novo modelo curricular vem sendo desenvolvido. Além do estudo dos conteúdos clássicos relacionados à Base Nacional Comum Curricular, a vivência de atividades no Núcleo Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais (NTPPS) e a oportunidade de os estudantes escolherem componentes curriculares eletivos, de acordo com seus interesses e necessidades, são os grandes diferenciais da proposta.
No NTPPS, o estudante vivencia oficinas que subsidiam a construção do seu projeto de vida; desenvolve competências socioemocionais; e ainda aprende a construir saberes por meio da aplicação do método científico. Ao escolherem os componentes curriculares eletivos, os alunos compõem um itinerário formativo que melhor dialoga com suas perspectivas expressas em seu projeto de vida.
Dessa forma, o tempo integral amplia as oportunidades de aprendizagem dos estudantes e contribui para a permanência dos jovens na escola e o sucesso acadêmico.
Artigo publicado no jornal O Povo, em 06 de março de 2017.
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