quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Escola em Tempo Integral: mais oportunidades de aprendizagem

A experiência de aprendizagem dos jovens do ensino médio precisa ser dinâmica. Monotonia e superficialidade é um convite a dispersão.

Não se deve entender o "dinâmico" como estímulo ao movimento físico, apenas. Estou me referindo ao método didático em que a escola envolve os estudantes em circuitos de aprendizagem estruturados, cujos recursos pedagógicos são diversificados e que dialogam com uma nova leitura da organização do espaço e do conhecimento.

Com o Tempo Integral, mais do que as aulas expositivas, que continuam tendo seu lugar na agenda educativa, deseja-se que haja diversificação das atividades pedagógicas fundadas na pedagogia ativa, proporcionando o desenvolvimento de uma aprendizagem com sentido, do Aprender a Aprender, por meio do domínio do método científico e estudos cooperativos.

Nesse sentido, é preciso investir na intensidade e aprofundamento dos temas curriculares. Mais importante do que quantidade de conteúdos ministrados, é a compreensão que os estudantes desenvolvem sobre o seu processo de aprendizagem.

Definitivamente, o Tempo Integral deve significar a ruptura da visão pedagógica que dá ênfase a "memorização", na qual o esforço da escola é ampliar a capacidade do estudante de guardar informações relacionadas às disciplinas para "se dá bem" nas provas, para uma intencionalidade pedagógica que vislumbra a "autonomia intelectual", em que o estudante é orientado a estruturar seu processo de aprendizagem, seu método de estudo.

A autonomia intelectual, nestas circunstâncias, está relacionada ao conceito de aprendizagem ao longo da vida. Por conta da extraordinária capacidade de gerar novos conhecimentos que a sociedade contemporânea possui, exige-se do cidadão mais do que um certificado de conclusão da educação básica ou superior, espera-se que as pessoas possam beber diretamente na fonte do conhecimento e continuar a participar ativamente da elaboração de novos saberes, com capacidade para analisar criticamente o turbilhão de informações que surgem em suas "timelines".

Seguindo esta concepção, é muito importante a incorporação da pesquisa como método pedagógico. Uma educação emancipacionista está focada em ajudar os estudantes a elaborarem boas perguntas que valham a pena serem exploradas.

A escola que não busca a autonomia intelectual dá aulas baseada na transmissão de informações, ou seja, faz os estudantes memorizarem respostas de perguntas que nem mesmo chegaram a fazer.

A educação baseada simplesmente na transmissão de informações e conceitos não é suficiente para que os estudantes tenham a escola na sua conta de estratégica para o alcance da visão de futuro expressa nos seus projetos de vida.

Portanto, mais tempo na escola não pode representar "mais do mesmo". Deve, sim, significar mais oportunidades de aprendizagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço pelo comentário.