Quando a aula é estruturada no repasse de informações, na educação bancária, e não para proporcionar aprendizagem efetiva, o planejamento do professor pode se resumir a estudar o conteúdo do dia.
Nesse caso, planejamento é uma preparação do professor para ministrar o conteúdo, geralmente de forma expositiva com a previsão de se passar alguns exercícios para os alunos "fixarem a matéria".
Esse procedimento não parece suficiente diante dos novos desafios colocados para a educação, com jovens em sala de aula mais propensos a se dispersarem por estarem habituados a um sistema de comunicação muito mais dinâmico, versátil.
Na geração que escrevia carta, uma vez ou outra, ouvia rádio e assistia televisão assiduamente, havia mais tolerância a exposições ininterruptas, pelo menos em tese. Na geração que a todo momento é um "flash" nas redes sociais, que gosta de textos curtos, de preferência acompanhados de imagens, que assiste vídeos com até 5 minutos de duração, o tempo excessivo de uma exposição de conteúdo pode ser uma estratégia ineficiente.
Nos meus textos, faço sempre críticas a aulas expositivas. Antes de continuar com a reflexão sobre planejamento, quero apenas esclarecer que acho necessário que o professor faça explanações sobre o tema. O ponto que chamo a atenção sempre é o excesso dessa estratégia.
Em oposição a tudo isso, quando o propósito da aula é ampliar as possibilidades dos estudantes de aprenderem o que está programado, o planejamento da aula requer mais atenção do professor, pois a sistematização das estratégias didáticas e sua variação torna-se fundamental.
Percebi na minha experiência que alguns aspectos são básicos no momento do planejamento, faço a seguir menção a três:
1) o tempo de concentração médio dos jovens para realização de uma atividade, como ouvir o professor, fazer um trabalho em grupo, resolver situações-problema é de aproximadamente 15 minutos. Assim, o planejamento da aula deve prever novas atividades nesse tempo. Variar o repertório e o tipo de estímulo é essencial para manter os estudantes envolvidos com a proposta de aprendizagem. Ou seja, é preciso ter clareza sobre a sequência didática.
2) toda aula tem que ter um objetivo de aprendizagem claro, ao qual os estudantes tem plena consciência, e que precisa ser alcançado no tempo disponível. Deixar para concluir depois, na próxima aula, não é recomendado. Portanto, tratar os conteúdos numa lógica do constante, é um convite à dispersão da atenção.
3) a aula deve ter começo, com a apresentação do objetivo e retomada dos principais itens da aula anterior; um meio, que é o desenvolvimento da sequência didática; e um fechamento, que pode ser a síntese e avaliação.
Com o planejamento realizado nesses parâmetros, a aula tem mais chance de se desenvolver com tranquilidade e com melhor aproveitamento do tempo pedagógico.
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