quinta-feira, 9 de junho de 2016

A organização curricular no Brasil pós 1990

Nos anos de 1990 ocorreu o maior processo de inclusão de crianças na escola. Período pós promulgação da constituição cidadã, onde se registra o maior aumento de matrículas e, consequentemente, dos índices de atendimento da faixa etária de 7 a 14 anos, prioridade naquele momento.

A população brasileira, em toda a sua diversidade, passou a estar presente na escola, instituição que até pouco tempo era privilégio de um número bem inferior de cidadãos.

Mas o modelo pedagógico, a estrutura curricular e os instrumentos de aferição da aprendizagem continuaram os mesmos praticados numa escola menos plural, claramente elitista e baseada no controverso "espírito" da meritocracia, onde se classificava do "melhor" para o "pior" aluno. 

O currículo não se adequou ao novo movimento republicano que se instalava no Brasil, pois continuou unitário, padrão e impositivo. Ora, a escola recebeu o "novo" aluno da escola pública mas o tratou como se as características dos já incluídos tivessem. Infelizmente, os altos índices de retenção e abandono mostram a inadequação do modelo pedagógico. Esse movimento claramente exigia uma nova escola.

Passados quase três décadas dessa restruturação da escola pública, ainda não conseguimos repensar a organização curricular de modo a dialogar efetivamente com esses sujeitos. Contabilizamos quase 17% de jovens de 15 a 17 anos fora da escola e é preciso criar uma escola verdadeiramente inclusiva.

Nesse contexto, pensar a flexibilidade do currículo com a composição de itinerários formativos diversos pode representar uma mensagem mais objetiva de que se quer respeitar as diferenças e possibilitar o sucesso acadêmico de todos os estudantes.

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