A escola de ensino médio não pode ser estruturada com apenas uma proposta formativa. Se assim o é, o aluno tem duas decisões possíveis: topa o desafio de se adequar ou a abandona. Portanto, binária.
E nesse modelo tem-se um agravante: nem todos que topam o desafio de se adequar, conseguem aprender o esperado para a série que estuda. Por sinal, é um percentual ainda muito rebaixado.
Não há saída já pronta. A tradição educacional brasileira é muito forte e "meritocrática", ou seja, se coloca um caminho formativo com os mais avançados conhecimentos das ciências organizados em 13 disciplinas. Os que conseguirem ter um aprendizado satisfatório em "todas", é declarado bem sucedido na escola e consegue as vagas mais concorridas na universidade.
A grande questão é que no Brasil não se consolidou a visão de que temos juventudes com interesses múltiplos. Ou mais grave, até se compreende isso, mas não os considera legítimos a ponto de organizar a escola de ensino médio que dialogue com esses interesses.
Não consigo vislumbrar outro caminho nesse momento senão o dos tempos eletivos como alternativa para flexibilizar o currículo do ensino médio. É preciso que aos estudantes seja dada a oportunidade de trilhar itinerários formativos que respondam melhor ao que está posto nos seus projetos de vida.
A minha crença é que o estudante, ao desenvolver aprendizagens associadas com seus interesses, consiga se vincular ao projeto pedagógico da escola assumindo o protagonismo estudantil e sentindo, verdadeiramente, que a escola faz sentido.
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