Romper os muros da escola: eis o grande desafio. Essa ruptura exige mudança de paradigmas bastante solidificados no imaginário dos educadores, ainda.
Desde a década de 1990, quando assistimos ao maior movimento de inclusão educacional no Brasil, fala-se em derrubar os muros da escola e estabelecer um elo funcional dessa instituição com a comunidade, com a cidade na qual está situada. É o movimento de apropriação para fins educativos dos bens culturais, das práticas laborais, dos espaços de lazer e de recreação, enfim, a instituição escolar precisa expandir o conceito de sala de aula.
A escola não pode continuar sendo uma ilha na sociedade. O que acontece dentro dela não ter relação com o mundo que a cerca faz com que sua agenda seja estranhada pelos estudantes, e mais uma vez fragiliza a intenção de se contruir uma formação acadêmica significativa.
O que se aprende na escola se aprende para viver melhor na sociedade. Esse deve ser o princípio fundante do projeto político pedagógico. E viver melhor na sociedade exige compreender a complexa teia de relações que se desenvolvem na comunidade, pois esse é o livro que o estudante escreve juntamente com seus familiares e não pode ser ignorado pela escola.
Partir do que o aluno sabe é uma premissa pedagógica. Mas é preciso ir além. É preciso partir de onde o aluno vive. De suas vivências e ansiedades para melhorar suas condições de vida é que podem emanar as principais contribuições da escola na formação intelectual e cidadã das crianças e jovens.
Ainda há de se considerar que os estudantes não conhecem toda a sua cidade, sua história, todos os bens culturais e atividades produtivas, por exemplo. Nesse caso, a escola pode proporcionar essa aprendizagem.
Estou tratando nesse texto da necessidade de construir uma escola verdadeiramente inclusiva, que dialogue abertamente com as condições sociais e econômicas de seus estudantes, com a cidade onde vivem. Esse é o contexto necessário para o processo de aprendizagem sustentável e que pode proporcionar aos alunos o entendimento da função social da escola e o sucesso acadêmico.
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