Fala-se em integração curricular porque a aprendizagem significativa, que faça sentido, precisa ocorrer de modo a proporcionar o entendimento das complexidades da sociedade contemporânea. As caixinhas das disciplinas, isoladamente, não respondem a essa exigência.
É claro que deve haver espaço na escola para o específico. As disciplinas assim foram estruturadas para dar conta da tradução didática de conhecimentos científicos bastante robustos que foram desenvolvidos ao longo dos tempos. Portanto, não defendo friamente o fim das disciplinas e o ensino por áreas, como muitos o fazem. A escola precisa de conteúdo, não apenas de forma.
Creio ser possível uma organização curricular que consiga dar conta da integração dos saberes sem a eliminação, necessariamente, das disciplinas. Claro que requer desprendimentos e mudança de paradigma na concepção e organização da agenda de cada componente do currículo.
Na rede estadual do Ceará, vem se desenvolvendo uma experiência que já chamei a atenção em outros textos: o Núcleo Trabalho, Pesquisa e demais Práticas Sociais (NTPPS).
O NTPPS proporciona, entre muitas outras experiências, duas atividades que considero basilares para uma proposta de integração curricular: a construção do projeto vida por cada estudante; e a apropriação do método científico.
Com o projeto de vida de cada estudante sistematizado, a escola tem elementos preciosos para reestruturar seu projeto educativo em itinerários diversificados. Isso traz o estudante para o centro das decisões. As ofertas de disciplinas do núcleo comum e eletivas devem dialogar com esses projetos.
A apropriação do método científico pelos estudantes efetiva a construção do conhecimento. Quando o aluno se envolve em um projeto científico, a aprendizagem ganha significado pois o que se estuda nas disciplinas passa a fazer sentido e ajuda a compreender situações reais.
É o início de um longo debate. Mas precisamos empreender novas iniciativas para proporcionar a tão necessária integração curricular.
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